Bem, nesta postagem vou tecer algumas considerações e sugestões para o Interclubes. Antes de tudo, é uma consideração de um enxadrista com grande experiência no xadrez do nosso estado. Para se ter ideia, possuo, até o dia de hoje, 1178 partidas disputadas, sendo o quinto no ranking da FEXERJ na relação de jogadores por número de partidas. Já fui classe C, B e A, mas voltei à classe B (de onde, talvez, nunca deveria ter saído!). Participei de 15 Interclubes, como jogador, nas três categorias. Isto só para exemplificar a experiência que possuo, tendo sido ainda presidente de clube de xadrez, além de ser árbitro FEXERJ.
Muitos reclamaram sobre as equipes biônicas. Mas, não vi ninguém apresentar uma alternativa ou uma solução. Se verificarmos os regulamentos da FEXERJ, observamos, no Capítulo VI, nenhuma restrição a este fato. Mas, concordo que tal ocorrência beira à aberração. Minha proposta é: acrescentar, no art. 26 do citado regulamento, que o atleta, para disputar o Interclubes, deverá ter disputado, no ano, pelo menos um torneio pensado FEXERJ federado por alguma entidade de xadrez de nosso estado (não valeria internos dos clubes, a fim de não haver possibilidade de fraude). Sendo assim, por exemplo, para o Interclubes de 2012, o enxadrista deverá ter disputado um dos torneios pensados da FEXERJ, no ano de 2012.
Outra questão que defendo é que só poderá haver filiação ou transferência de atleta, no máximo em até três meses antes do início previsto do Interclubes (constante no calendário FEXERJ).
Agora outra preocupação, não expressa em nenhuma mídia até agora. Se continuarmos deste jeito, em breve teremos mais equipes do TTC do que todas as outras equipes somadas. Não é culpa do TTC. Mas, como o TTC é o clube de xadrez que mais contrata em nosso estado, creio que algumas medidas devem ser tomadas, sob pena de impossibilidade de participação de algumas entidades no Interclubes, ou, até, no pior cenário, a extinção de alguns co-irmãos. A medida seria limitar a inscrição de, no máximo, três equipes de cada clube em cada categoria, sendo necessário modificar o § 2º do art. 26. As exceções seriam a possibilidade de inscrever uma equipe feminina (quarta equipe) e uma equipe sub-14 (quinta equipe). As exceções se justificam por motivos óbvios: alavancar o xadrez feminino em nosso estado e possibilitar o aparecimento de novos talentos.
Quero ressaltar que o TTC, ao colocar cinco equipes para disputar o Interclubes na mesma categoria, não está infringindo o Regulamento. Tal fato era impensável há alguns anos atrás. Mas, os regramentos de uma sociedade não são imutáveis. Pelo contrário, estes devem ser alterados no momento em que se altera o status quo.
Outro fato a se considerar é o seguinte: todos os diretores de clubes querem ser campeões. Mas, os fins não justificam os meios. Vimos, novamente, diversas pessoas se manifestarem das mais diversas formas: alertando para acionar ou parar o relógio, se sentando ao lado do enxadrista de sua equipe (principalmente no C) para indicar lance, através de sinais,etc. Devemos ser éticos e devemos estar atentos para estas práticas desonestas. Temos o dever de denunciar ao observarmos estas práticas. E aí não estou falando de Convergência ou de FEXERJ. Estou falando de xadrez levado a sério. Se nós não damos exemplo, como podemos cobrar de outros?
Espero que reflitamos sobre o assunto e que surjam outras opiniões.